"A certificação no saneamento não deve ser encarada como despesa, mas sim como investimento”. Com essa frase o Gerente de Relações Institucionais da Sanasa-Campinas, Alessandro Siqueira Tetzner, abriu as discussões sobre o tema no encontro realizado pelo Consórcio PCJ no evento.
Também expos sua experiência com a certificação de sistema de qualidade em laboratórios, a Foz do Brasil – Limeira, por meio de seu supervisor de Laboratório de Água e Efluentes, Gilberto Coelho Júnior.
A Sanasa possui a certificação NBR ISO 9001 desde 2004, sendo que há cinco anos consecutivos tem passado por auditoria externa sem ocorrência de ações de não conformidade, fruto de um trabalho comprometido e contínuo por parte de todos seus profissionais. Segundo Tetzner, a certificação reduz retrabalhos devido a padronização das atividades e processos. “A população sente os reflexos dessa iniciativa por meio de tarifas mais justas, além de ter acesso a um serviço de maior qualidade”, afirmou.
Tetzner ainda explanou sobre a tradução das normas que compõem a série ISO 24500, sendo elas a ISO 24510, 24511 e 24512, que tratará das diretrizes para a avaliação e a melhoria dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou um comitê que se reúne periodicamente para esse processo de tradução e adaptação das normas. As três serão traduzidas ao mesmo tempo. A previsão é que esse processo ainda leve mais um ano até que as normas sejam publicadas, após passar por apreciação pública.
“É importante a participação dos serviços de água nesse comitê de tradução dessas normas. Os interessados devem entrar em contato com ABNT e manifestar a intenção de participar das discussões que ocorrem na sede da ABNT, no Rio de Janeiro”, disse Tetzner.
O supervisor de Laboratório de Água e Efluentes na Foz do Brasil Unidade Limeira, Gilberto Coelho Júnior, apresentou a experiência com a NBR 17.025 que foi implantada nos laboratórios da empresa. Para ele, a certificação trouxe maior confiança aos resultados das análises laboratoriais. “Isso também gera confiabilidade da empresa em órgãos fiscalizadores, além de promover a imagem da empresa em seus clientes”, comentou.
O gerente da Agência Ambiental (CETESB) - Limeira, Adilson Rossini, atentou para a dificuldade dos municípios em se adequar às exigências dessas normas de qualidade, mas defendeu a importância de se criar uma cultura de qualidade nos serviços de água. “Ainda que não se parta para o caminho da certificação, devemos pegar o que é possível implantar das orientações dessas normas e o mais fundamental, criar essa cultura de qualidade dentro do sistema”, disse.
O Gerente Técnico do Consórcio PCJ e Coordenador do Programa de Saneamento e Racionalização, Alexandre Vilella, comentou que a lei 11.445/07 exige dos municípios a elaboração de planos de saneamento com metas claras de melhora nos índices de qualidade. “As metas estabelecidas pelos planos serão fiscalizadas pelas agências reguladoras, portanto buscar a certificação é, de certo modo, antecipar-se a essa demanda”, comentou Villela.
Fonte: Consórcio PCJ