O período de férias escolares chegou e junto com ele algumas despesas extras com as crianças, como viagens, lanches ou passeios, entre outros. O que pouca gente se atenta é que criança em casa consome mais água. Uma despesa a mais que, se não for controlada, pode assustar o consumidor com a fatura no fim do mês.
A Sanasa Campinas, empresa responsável pelo abastecimento de água na cidade, não possui números específicos sobre o aumento de consumo individual nessa época, já que precisaria saber a quantidade de crianças por imóvel. Mas o fato é que banhos mais demorados ou brincadeiras com água podem elevar o valor da conta.
Até o final de julho, quando as crianças trocam a escola pelo lazer, muitas vezes dentro de casa, é necessário que os pais conscientizem seus filhos sobre correto uso da água. Diminuir de 15 para 5 minutos a duração do banho que, conforme o tipo de brincadeira pode se repetir mais de uma vez ao dia, já faz uma grande diferença no consumo doméstico, pois pode significar uma economia de quase 100 litros de água por banho.
No frio do inverno, muitos deixam o chuveiro ligado por um período até que o banheiro todo se aqueça. Uma atitude totalmente errada e dispendiosa para o bolso de quem arca com as contas da casa. O correto é começar o banho assim que a água se aqueça. Ao fim do banho, o ambiente todo já estará aquecido e a pessoa poderá secar-se sem sentir o frio que faz do lado de fora.
Escovar os dentes com a torneira fechada é outro hábito que se deve transmitir às crianças, pois gera uma economia de no mínimo 12 litros em cada ação de higiene bucal. É sempre bom lembrar que as crianças não têm plena consciência ambiental e tampouco sabem quanto custa a água consumida para os seus pais. É preciso educá-las. Segundo a Organização das Nações Unidas – ONU -, aproximadamente 110 litros de água por dia é a quantidade ideal para atender as necessidades de consumo e de higiene de uma pessoa.
Mas os adultos também devem prestar atenção no uso da água durante o inverno. Para quem possui muitas plantas em casa, o ideal é que sejam regadas em dias alternados e, de preferência, com um regador no lugar da mangueira e, preferencialmente, no início ou no final do dia.
A manutenção adequada do sistema hidráulico do imóvel também é importante. Muitas vezes, um pequeno vazamento já é suficiente para aumentar consideravelmente o consumo de água. “Problemas desse tipo são bastante comuns e o usuário muitas vezes só percebe quando chega a fatura. Não basta apenas controlar o consumo diminuindo o tempo do banho, reaproveitando a água da máquina de lavar roupas para limpar o quintal ou fechar a torneira enquanto escova os dentes, por exemplo. Fazer o monitoramento do consumo mensal e a manutenção do sistema hidráulico também é fundamental”, aconselha o coordenador do Setor Técnico de Micromedição da Sanasa Campinas, Maurício André Garcia.
Lei contra o desperdício
A diminuição dos índices pluviométricos durante o inverno e as férias escolares no mês de julho exigem atenção redobrada em relação ao consumo de água. Uma lei municipal proíbe nos períodos mais críticos de estiagem o uso de água potável para limpeza de calçamentos, bem como de passeios públicos residenciais e comerciais de Campinas. A Lei nº 11.965 de abril de 2004 apenas autoriza a utilização da água tratada em situações emergenciais como construção ou reforma de imóvel, de calçamento ou de passeio público.
Segundo Garcia, o descumprimento à legislação pode ser denunciado pelo telefone 0800 77 21 195. “A empresa, após constatar a procedência da reclamação, notificará o infrator e, em caso de reincidência, aplicará as penalidades previstas na lei”, explica. A multa para quem cometer mais de uma vez a infração equivale ao triplo do valor da última fatura de consumo de água.