AS LENTES QUE FOCAM A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

O que se passa através das lentes de um fotógrafo muitas vezes transcende a imagem real que está sendo registrada. Ter um bom equipamento de fotografia e conhecer as técnicas podem não ser suficientes para um profissional com criatividade e imaginação de sobra. É o caso do fotógrafo da Assessoria de Imprensa da Sanasa, Edivaldo da Silva Alves. Acostumado a fotografar o Rio Atibaia, Sanasinha, como é carinhosamente chamado pelos colegas e jornalistas de Campinas, começou a focar suas lentes nos peixes do rio.

A prática é diária após o trabalho. Edivaldo, que mora próximo ao rio, percorre o Atibaia para pescar, mas sem a necessidade de varas ou anzóis. Atrás de peixes que possam estar em perigo, presos em pequenos lagos formados pela baixa vazão do rio, lá vai o caçador de aventuras pegar os peixes com a mão, para então salvá-los da possível morte.

Esta rotina fez de Edivaldo uma celebridade, reconhecido nas ruas pelas inúmeras matérias realizadas em vários meios de comunicação, inclusive nacionais. Mais você deve estar se perguntando: e os peixes, para onde vão? E aí que esta atitude de Edivaldo se torna inimaginável!!

O Spa de Edivaldo para os Peixes

Todo mundo já sonhou em ter uma chácara com piscina para passar finais de semana e férias. Edivaldo também pensou e começou a construir a sua em sua chácara no Bairro Gargantilha, no início deste ano. A piscina, de 50 mil litros, com hidromassagem, luzes de Led e água quente ficou pronta, mas Edivaldo a utiliza de uma forma incomum.

Você se lembra da sua provável pergunta: para onde Edivaldo leva os peixes? A resposta ele mesmo dá. "A grave situação do Atibaia me deixou muito preocupado. Como sempre gostei de pescar, e vendo toda aquela situação dos peixes, estou colocando-os na minha piscina até a situação do rio voltar ao normal, daí vou levar para o rio de novo", relatou Alves, em entrevista ao Correio Popular.

Brincadeiras à parte, esta reportagem mostrou que, de uma forma ou de outra, todos podem ajudar, seja como o exemplo de Edivaldo Alves, seja no simples gesto de tratar com mais racionalidade os nossos mananciais e deste líquido tão precioso que, em uma reportagem aqui mesmo neste jornal, foi chamada de H2Ouro. De uma forma bem analítica, podemos, sim, compará-la com Ouro, pois estamos passando por uma das piores crises hídricas dos últimos 80 anos. Cabe a cada um de nós a responsabilidade de cuidar e saber usá-la. Pode até parecer um clichê, mas ‘se souber usar, nunca vai faltar’. Fica a dica.

Foto: Carlos Sousa Ramos/RAC