No início, ali funcionava a metalúrgica MacHardy, concorrente da vizinha Lidgerwood, que tinha um prédio do mesmo estilo, logo acima, onde está hoje o Museu da Cidade. As empresas eram concorrentes, mas os prédios foram, segundo Daisy Ribeiro, construídos pelo mesmo engenheiro, Henrique Husueman. Em 1906, o prédio em que funcionava como fundição passou a sediar uma cervejaria, a Colúmbia, e em 1957 foi comprado pela Antarctica. Desde 1989, está vazio.
A Sanasa vai pagar a desapropriação amigável – R$ 750 mil parcelados em cinco vezes – e restaurar o prédio, mantendo a fachada original, e instalar ali oficinas de carpintaria e eletromecânica, além de um “Centro de Memória da Água” em que serão expostos equipamentos que contam a história do abastecimento de água em Campinas. Isso vai transformar pelo menos o entorno do prédio, que fica no entorno da Estação Cultura, dando mais vida e segurança à região.
Rapidez
Segundo Ricardo Schumann, presidente da Sanasa, o preço pago pelo prédio é R$ 100 mil abaixo do valor de mercado, além de ser parcelado. A empresa vai trabalhar rapidamente, com mão-de-obra dela mesma, para concluir as obras e transferir para lá, áreas que hoje ficam na Sanasa da Rua da Abolição, onde será instalado um centro cultural. Portanto, a operação beneficia duplamente a população e a cidade: recupera uma área importante do centro da cidade e presenteia o bairro da Ponte Preta com um centro cultural. Schumann espera concluir a reforma em três meses.
Como apenas a fachada do prédio da antiga cervejaria está tombada, a parte interna dele, com galpões e até uma “pracinha” interna, pode ser totalmente mexido, para abrigar as oficinas da Sanasa. Mas a fachada tem que ser mantida. Qualquer alteração depende de aprovação do Condepacc. O terreno todo tem 2.736,30 m2, dos quais 1.691,20 m2 de área construída. A recuperação desse prédio faz parte do Projeto Centro, que desde o início da atual gestão procura revitalizar a região central de Campinas.
O Centro Cultural da Sanasa
Com a transferência de oficinas para o novo prédio, será possível concluir a transformação urbanística e paisagística do quarteirão em que o reservatório semi-enterrado está inserido, garantirá uma nova área de lazer e cultura. A primeira parte deste projeto já foi concluída com a entrega da Praça das Águas à população, no final de agosto.
A segunda parte do projeto inclui o centro cultural e o deck de ligação. O centro cultural será construído em três pavimentos: o térreo será constituído por um corpo transparente que interage com o deck de ligação e a praça das águas; o piso superior abrigará um auditório de múltiplo uso; o espaço inferior permanecerá com a arquitetura original do reservatório e será transformado em espaço multifuncional, destinado a exposições, laboratórios culturais e oficina para atividade diversas.
A cobertura do reservatório semi-enterrado será transformada em deck de ligação, comportando um terraço de madeira, que recebe uma lâmina de pérgulas numa das extremidades e, do outro lado, uma escada que promove o acesso à praça das águas.