ESTUDO SOBRE A POTABILIDADE DA ÁGUA DE REÚSO BENEFICIARÁ CIDADES DAS BACIAS PCJ

A Sanasa, a Agência das Bacias PCJ e a Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (Fundespa) assinaram nesta sexta-feira, 11 de setembro, em Piracicaba, contrato no valor de R$ 758 mil para a realização de um amplo estudo sobre a utilização da água de reúso como futura alternativa para os municípios que compõem as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. O evento contou com a presença do presidente da Sanasa, Arly de Lara Romêo, do prefeito de Piracicaba e presidente dos Comitês PCJ, Gabriel Ferrato, do diretor técnico da Sanasa, Marco Antonio dos Santos, e do professor do Centro Internacional de Referência em Reúso da Água (Cirra) da USP, Ivanildo Hespanhol, além do presidente da Fundação Agência PCJ, Sergio Razera.

O estudo, patrocinado pela Agência PCJ, será desenvolvido em uma estação piloto montada dentro da Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR-Capivari II), em Campinas. A pesquisa será coordenada pelo professor Ivanildo Hespanhol.

Trata-se de um estudo pioneiro sobre água de reúso no Brasil e um dos primeiros já realizados na América Latina. O objetivo desta pesquisa é estudar todas as alternativas de utilização desta água de reúso, aumentando assim a disponibilidade hídrica na bacia para diversos fins. ”Esse estudo será um passo importantíssimo para vencermos essa crise hídrica, não faltará água se soubermos utilizá-la, precisamos respeitar o ciclo da água”, ressaltou o presidente Arly de Lara Romêo.

A pesquisa, que será desenvolvida em um período de sete meses, prevê a utilização de novas tecnologias que possibilitarão futuramente a recarga direta e indireta, a partir do efluente gerado pela tecnologia de membranas ultrafiltrantes existente com porosidade nominal de 0,04µm (micras). Esse sistema remove 99% dos poluentes. A estação piloto será equipada com sistemas complementares, tais como como osmose reversa, peróxido de hidrogênio, ozônio, raio ultravioleta, carvão ativado e carvão biologicamente ativado.

A partir da associação de todos esses sistemas, a pesquisa avaliará qual a melhor performance técnica e econômica para se atingir a qualidade segura da água resultante. Além dos municípios que integram as Bacias PCJ, muitas cidades de todo o País poderão ser beneficiadas pelo estudo.

Para Sérgio Razera, este estudo é uma resposta a esta crise hídrica. Estamos tomando providências para aprender e desenvolver alternativas para termos água potável, e trabalhar com a Sanasa, que é uma das maiores empresas de saneamento do Brasil e já tem tratamento de água de reúso, é motivo de orgulho”, considerou o presidente da Fundação Agência PCJ.

O professor Ivanildo Hespanhol, por sua vez, destacou a importância da água de reúso como fonte alternativa de abastecimento. “O reúso potável é inexorável, é fundamental, a sustentabilidade do saneamento na Região Metropolitana de São Paulo por exemplo, depende quase que exclusivamente do reúso da água”, concluiu.