A Sanasa reuniu empresários e representantes de bairros de Campinas nesta quinta-feira para discutir as conseqüências do despejo industrial sem pré-tratamento na rede de esgoto. O objetivo foi mostrar os problemas operacionais enfrentados principalmente na Estação de Tratamento de Esgoto Vó Pureza, para que se possa achar soluções em conjunto com os empresários.
Foi apresentado aos participantes como funciona a estação de tratamento de esgoto e as conseqüências dos lançamentos clandestinos de produtos químicos na rede pública. Esta prática tem praticamente anulado o tratamento, pois destrói os microorganismos responsáveis pela decomposição dos resíduos orgânicos presentes no esgoto doméstico. “Estamos fazendo o que é cabível no momento, isto é, conscientizar a comunidade industrial a juntar-se à comunidade da região e a tomar as providências técnicas e sociais que lhes cabem”, disse o Presidente da Sanasa Lauro Péricles Gonçalves. “A Sanasa está fazendo sua parte promovendo este encontro amigável, juntamente com a Cetesb, e vai continuar tomando providências. Estamos obedecendo uma diretriz do prefeito municipal, Hélio de Oliveira Santos, dando à Sanasa maior responsabilidade ambiental”, acrescentou.
As estações de tratamento de esgoto devem ter uma eficiência de 80% no seu tratamento. Porém, atualmente a ETE Vó Pureza tem apresentado apenas 60%. “Umas das conseqüências da ineficiência do tratamento é o despejo de efluentes sem tratamento nos cursos d´água e o mau cheiro que incomoda os moradores da região”, enfatizou o Gerente de Operação de Esgoto Renato Rosseto.
Para Gaspar de Oliveira, representante dos bairros San Martin, Pq. Cidade Campinas e São Marcos, a medida tomada pela Sanasa visa garantir a qualidade de vida para as gerações futuras. “Agora vai depender da consciência de cada um em cumprir com suas responsabilidades”, disse.
As empresas participantes aprovaram a iniciativa da Sanasa. Mario Renato Zanfelici, da Medley Indústria Farmacêutica, parabenizou a empresa pelo evento. “As atitudes irresponsáveis de algumas fábricas e empresas geram danos muito graves para a estação de tratamento. Não tinha idéia da dimensão do problema”, concluiu.
Investimentos
Nos últimos anos a Sanasa investiu mais de R$ 240 milhões em tratamento de esgoto. “Mas todo esse trabalho e investimento da não é o bastante. É preciso que toda a sociedade participe”, completou Rosseto.
“Os gastos poderiam ser canalizados para outras obras, mas acabam indo para a manutenção das ETEs que estão sendo prejudicadas”, disse o diretor administrativo-financeiro da Sanasa, Marcelo Figueiredo.
Mesmo assim, a empresa tem investido continuamente em tratamento de esgoto. Com a construção e conclusão de novas estações como Capivari I, Barão Geraldo, Sousas/Joaquim Egidio, Boa Vista, Nova América, San Martin e Capivari II, o índice de tratamento aumentará de 65% para mais de 90%.